Revista Yeah!, Edição N° 11- 1988

O SURGIMENTO DE UMA REVISTA QUE MUDOU A CENA

Em 1988, o skate brasileiro vivia uma de suas fases mais vibrantes, e foi nesse contexto que surgiu a revista Yeah! Skate. Ela nasceu como um verdadeiro símbolo de resistência cultural e esportiva, porque o skate ainda lutava para conquistar respeito e espaço no país. Então, a Yeah! veio preencher uma lacuna: dar voz aos skatistas, mostrar as ruas, as rampas e o estilo de vida que pulsava em cada manobra.

A publicação era feita por quem realmente vivia o skate, e por isso, trazia autenticidade em cada página. Além disso, a Yeah! representava o espírito livre de uma geração que usava o skate como forma de expressão, amizade e atitude.

UM EDITORIAL QUE FALAVA COM O CORAÇÃO

Logo nas primeiras páginas, o editorial intitulado “Estamos de Partida”, escrito por Paulo de Oliveira Brito, chamava a atenção. O texto fazia uma reflexão profunda sobre o ano que terminava e os desafios que o skate enfrentava no Brasil. Paulo questionava o leitor: “O que mudou nesses últimos doze meses?” — uma pergunta simples, mas poderosa, porque levava cada skatista a pensar sobre a evolução do esporte e da comunidade.

Ele destacava que, embora o cenário econômico fosse difícil, o skate precisava seguir em frente com união e força. Assim, a mensagem final era clara e inspiradora: era hora de seguir adiante, com o skate debaixo dos pés e o grito de guerra ecoando — “Yeah!”.

CONTEÚDOS QUE MARCARAM ÉPOCA

As edições da Yeah! eram recheadas de matérias que misturavam informação, emoção e atitude. No índice da edição de dezembro de 1988, por exemplo, destacavam-se reportagens que se tornaram clássicos:

  • “Com a Palavra: Ueda”, uma entrevista exclusiva com Lincoln Ueda, um dos maiores nomes do skate vertical brasileiro;
  • “Um Bowl Pelado”, uma matéria curiosa sobre pistas secretas na Califórnia;
  • “El Gato e Magnusson”, trazendo os pensamentos e estilos dos lendários Eddie Elguera e Tony Magnusson.

Esses conteúdos mostravam que a revista não se limitava ao Brasil. Pelo contrário, ela conectava os skatistas brasileiros com o cenário internacional, oferecendo uma visão ampla do skate mundial. E isso era essencial, porque ajudava o público a se inspirar e a entender que o skate era, acima de tudo, uma cultura global.

A CAPA QUE REPRESENTAVA UMA ERA DE OURO

A capa da edição de dezembro de 1988 estampava o lendário Christian Hosoi, um dos maiores ícones do skate mundial. Ele aparecia executando uma manobra impressionante, com estilo e leveza. E, mais do que uma simples foto, aquela imagem traduzia a essência da Yeah! — ousadia, liberdade e paixão pelo skate.

A manchete “Hosoi no Brasil!” anunciava algo histórico: a visita do ídolo internacional ao país. E, para os skatistas brasileiros, esse momento foi uma verdadeira celebração. Porque, afinal, ver um dos maiores nomes do skate mundial por aqui significava que o Brasil estava, finalmente, no mapa global do esporte.

O LEGADO QUE AINDA ECOA

A Yeah! não foi apenas uma revista; foi um movimento. Ela uniu skatistas, fortaleceu amizades e inspirou sonhos. Cada matéria, cada foto e cada palavra ajudaram a construir a identidade do skate brasileiro. E, mesmo depois de décadas, seu legado permanece vivo nas memórias de quem viveu aquela época.

Além disso, a revista mostrou que o skate é mais do que manobras — é um estilo de vida, uma forma de pensar e resistir. Por isso, a Yeah! continua sendo lembrada com respeito e nostalgia, como uma das publicações mais importantes da história do skate no Brasil.

CONCLUSÃO: O GRITO QUE NUNCA SE CALA

Se a Yeah! tivesse uma última mensagem para deixar, ela seria simples e direta: não pare de andar, não pare de sonhar. Porque, enquanto houver alguém empurrando o skate pelas ruas, o espírito da Yeah! continuará vivo.

Então, prepare-se, pegue seu skate, sinta o vento e grite bem alto — YEAH!

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