Revista YEAH! – Ano I – Edição 3 – 1986

A Revista YEAH! Ano I, Nº 3, 1986 representa um dos registros mais vibrantes da cultura do skate no Brasil, porque captura um momento de crescimento, conflito, música e personalidade. E, se analisarmos cada detalhe da capa, do índice e do editorial, então percebemos como essa edição traduz perfeitamente o espírito rebelde e criativo da época.

A Capa: Skate, Música e Atitude

A capa já revela o tom da edição, porque traz elementos que marcaram os skatistas dos anos 80. Ali estão nomes como Tony Hawk e Per Welinder, que simbolizavam a revolução internacional do skate, e também bandas como PIL, The Cramps e temas fortes como Skinheads. Além disso, a edição destaca campeonatos em Santos e no Morumbi, mostrando que a cena brasileira crescia de forma acelerada.

E, se repararmos, o visual rasgado e colorido da capa reforça uma estética agressiva, porque o skate era mais do que um esporte — era um estilo de vida.

O Índice: Uma Edição Cheia de Conteúdo

O índice desta edição mostra como a revista buscava abraçar todos os elementos da cena. Ele apresenta entrevistas internacionais, como Per Welinder (p. 29) e Tony Hawk (p. 34), e traz uma cobertura ampla de campeonatos como Street Skating Morumbi (p. 22), Street Style Santos (p. 26), Brasília Attack (p. 60), Fortaleza (p. 62) e Curitiba (p. 40).

Além disso, a seção de comportamento aborda o tema Skinheads (p. 41), e a revista também explora música, falando de The Cramps (p. 51) e Suicidal Tendencies (p. 52).

E, se isso não bastasse, ainda há posters, anúncios e produtos de marcas icônicas como H. Prol, Town & Country, Mad Rats, Sims, Plancton, Dukarã, Astrodeck, London Fog, entre muitas outras.

Portanto, fica claro que a edição foi pensada para abraçar toda a cultura do skate: o esporte, a atitude, a moda e a música.

O Editorial: Um Ano de Evolução e Conflitos

No editorial, a revista declara que 1986 foi um ano de grandes renovações. A realização da Taça Brasil de Skate 86 foi essencial, porque serviu de base para a criação do Circuito Brasileiro de Skate, que começaria no ano seguinte com calendário oficial e ranking nacional.

E, segundo o texto, a Taça Brasil mostrou o nível técnico mais alto já visto, já que o prêmio incluía até passagens e hospedagem para o I Campeonato Mundial de Skate, realizado em Vancouver, no Canadá.

A revista destaca também o esforço dos atletas brasileiros, que buscavam reconhecimento internacional, e ainda agradece marcas como H. Prol, 775, Anarquia, Lifestyle, Urgh!, Blockhead e Isnau, porque apoiavam o crescimento do esporte.

Por outro lado, o editorial observa problemas internos, como o faccionamento do skate e grupos que preferiam criticar em vez de construir. E o texto é direto ao afirmar: andar de skate é criar, e não copiar. Portanto, skatistas deveriam valorizar o individualismo criativo, mas nunca o egoísmo.

Então o editorial conclui com uma provocação:
“Andar de skate é uma arte. Será você um artista?”

Uma Edição que Marcou Época

A Revista YEAH! Ano I, Nº 3 – 1986 não apenas registrou o momento histórico do skate brasileiro, mas também ajudou a moldá-lo. E, se hoje o skate é uma potência cultural, então muito disso se deve a publicações como esta, que narraram, inspiraram e desafiaram gerações.

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