
Origens e idealizadores
A Overall nasceu no final dos anos oitenta a partir da vontade de um grupo de skatistas, jornalistas e fotógrafos que queriam registrar a cena brasileira com linguagem própria. Então, no começo, o objetivo era simples: criar um registro fiel das manobras, do cotidiano das pistas e das transformações culturais que o esporte trazia às cidades. Esses registros ajudaram a construir memória coletiva e a conectar gerações.
Equipe, fotógrafos e produção
Entre os nomes mais lembrados estavam editores que também andavam de skate, fotógrafos que desenvolviam um estilo visual ousado e produtores que negociavam anúncios e distribuição. A equipe era pequena, mas multifuncional, então, cada colaborador colocava a mão na pauta, na redação e até na logística de eventos. Muitos registros saíram de sessões improvisadas nas ruas, em praças e nas pistas de concreto. A produção era colaborativa e rápida.
Conteúdo e matérias
A revista combinava tutoriais técnicos sobre manobras com reportagens sobre eventos, entrevistas com profissionais e perfis de iniciantes, além de seções sobre música, moda e comportamento. Além dos guias de técnica, artigos aprofundados tratavam de preparação física, manutenção de equipamentos e tendências estéticas. Artigos técnicos detalhavam variações de footwork, posicionamento do corpo e manutenção do equipamento, enquanto colunas de opinião discutiam o futuro do skate e políticas públicas para áreas de lazer.
Entrevistas, skatistas e eventos
Cobertura de campeonatos nacionais e visitas internacionais fazia parte da pauta, como shows, torneios e encontros que aproximavam o público e ampliavam a rede de patrocínios, mas a revista não só relatava resultados, buscava também humanizar as histórias, mostrando rotinas de treinos, dificuldades financeiras e trajetórias pessoais que inspiravam novos praticantes. Então, quando atletas internacionais chegavam, a troca de conhecimento era imediata: técnicas, equipamentos e estilos circulavam e eram absorvidos pela cena local.
Marcas e mercado

Com o crescimento da circulação, lojas e distribuidores nacionais também passaram a investir, estreitando laços entre indústria e esporte. Mesmo em tempos de crise econômica, pequenos anunciantes locais e lojas de skate viam na revista uma forma eficiente de alcançar consumidores apaixonados e segmentados.
Processo editorial
O trabalho gráfico exigia adaptação constante, pois muitas imagens vinham em preto e branco e precisavam ser tratadas para as páginas coloridas. Havia pressa e precisão, pois os prazos para cada edição eram curtos.