
A revista Overall, em sua edição nº 8 de 1988, marcou um ponto importante na história do skate brasileiro porque mais do que uma publicação a revista se consolidava como voz ativa e participante da cena. A capa, vibrante e cheia de energia, já anunciava o tom da edição: celebração, crescimento e visão de futuro.
No editorial, assinado por Petrônio Vilela, o clima era de otimismo, então, segundo ele, não era coincidência que os dois anos de vida da revista coincidissem também com o fortalecimento do skate no Brasil porque era um momento de avanços, conquistas e novas perspectivas. A revista se posicionava não apenas como observadora, mas como protagonista: “a Overall não apenas contava a história, ajudava a escrevê-la”.
Projetos além das páginas impressas
Essa edição trouxe novidades que iam muito além do papel. Entre elas, o Overall Skate Stamps, primeiro álbum de figurinhas dedicado ao skate no Brasil, uma ideia inovadora que aproximava fãs e skatistas. Outro grande destaque foi o anúncio do Sea Club Overall Skate Show, programado para abril no Projeto SP, em São Paulo. Divulgado como o maior evento de skate já visto no país, esse show simbolizava o esforço da revista em transformar visibilidade em experiência real para os praticantes.
Conteúdo diversificado e envolvente
O índice da edição nº 8 revela a diversidade editorial da revista. A seção Som (“Skatista ouve o que?”) explorava a ligação entre música e skate, duas culturas que sempre caminharam juntas. Já a coluna SNI trazia perfis de nomes como Lúcio Flávio e Bigo, reforçando a importância de personagens locais. A sessão Overdose garantia imagens impactantes, enquanto Câmera Lenta analisava manobras quadro a quadro, funcionando como guia técnico para evolução dos skatistas.
Outras seções, como Gralha, traziam notícias rápidas, e Extra – Filosofia sobre rodas apresentava reflexões sobre identidade, estilo e a essência de viver sobre o skate. Essas colunas criavam equilíbrio entre informação, entretenimento e pensamento crítico.
Novas gerações e inclusão
O grande Especial da edição foi dedicado ao futuro do skate. Matérias como “Little Devils: o futuro do skate está rolando” mostravam a ascensão de jovens skatistas que já davam sinais de talento e ousadia. Outro destaque foi “Skate Girls: bonecas não, skate sim!”, que celebrava a presença das mulheres na cena, reforçando que o skate era, acima de tudo, um espaço de inclusão e diversidade.
Um retrato de maturidade
Com reportagens sobre a cena de Santos, análises da feirança e matérias sobre brasileiros ganhando espaço entre gringos, a edição nº 8 funcionou como espelho de um momento de consolidação. A Staff Overall também apareceu, revelando os bastidores e o time que tornava possível transformar ideias em páginas cheias de energia.
Em resumo, a edição nº 8 da revista Overall não foi apenas uma publicação comemorativa: foi um marco. Ela mostrou que o skate brasileiro estava amadurecendo, criando identidade própria e se fortalecendo como movimento cultural e esportivo. Mais do que informar, a revista ajudava a construir o futuro.