
Um Tempo em Que o Papel Era a Voz do Asfalto
Em abril de 1982, o skate vivia um momento de transformação. E, se a juventude buscava novas formas de expressão, então as revistas eram o principal canal para mostrar ao mundo essa cultura vibrante. O Volume 2, Edição nº4, lançado naquele mês, não era apenas uma publicação — era um retrato fiel da energia das ruas, das ladeiras e dos bowls que definiam a essência do skate.
Logo na capa, as fotos em preto e branco traziam um contraste marcante, porque mostravam o espírito cru e autêntico do esporte. O visual simples, mas impactante, destacava o skatista anônimo que, em um salto ousado, parecia desafiar a gravidade. E, se o cenário urbano servia de pano de fundo, era justamente ali que o skate encontrava sua verdadeira identidade: entre o concreto e a liberdade.
A Força do Conteúdo: Onde Cada Página Contava Uma História

O índice dessa edição revela o quanto a revista era diversa e completa. Começava pelo Staff, na página 4, apresentando os nomes por trás da produção — pessoas que, mais do que jornalistas, eram parte ativa da cena do skate. Depois vinha o Mail Drop, na página 8, onde leitores compartilhavam experiências, opiniões e histórias, porque o skate sempre foi mais do que um esporte — é uma comunidade.
Na página 13, a seção Talkin’ Shop discutia os bastidores das lojas e dos equipamentos, enquanto em Ask the Doctor, o Dr. Rick Blackhart respondia dúvidas dos skatistas sobre lesões e cuidados físicos, algo essencial em uma época em que cair fazia parte do aprendizado.
E, se a edição tinha espaço para reflexão, também tinha aventura. Em Catalina Island Revisited (página 16), o guia Mike Folmer levava o leitor para um tour de skate pela ilha de Catalina. Já Looking Down the Gutter (página 22) trazia o espírito rebelde do “viva para andar, ande até morrer”. Porque o skate, afinal, sempre foi sinônimo de intensidade.
A Celebração do Movimento
Nas páginas seguintes, o ritmo acelerava. No Parking (página 32) mostrava a ousadia dos skatistas descendo ladeiras em velocidade total, sem freio e sem medo. Em Photograffiti (página 28), o leitor podia enviar suas próprias fotos e ver seus voos e grinds estampados na revista — algo revolucionário para a época. E, então, nas seções Competition (página 36) e TSOL – True Sounds of Liberty (página 38), o skate se encontrava com a música punk e com a adrenalina dos campeonatos, unindo duas culturas irmãs.
Por fim, On Board, Showcase e 8×10 fechavam a edição com um retrato visual da essência do skate: liberdade, criatividade e atitude. A fotografia de capa, feita em Kansas Street, no distrito de Potrero, São Francisco, capturava esse espírito — um skatista anônimo voando sobre o concreto enquanto um pedestre distraído passava, alheio ao momento histórico que acontecia diante de seus olhos.
O Legado de Uma Era

Essa edição de abril de 1982 não foi apenas mais uma revista. Foi um marco que mostrou ao mundo que o skate não era moda, mas movimento. E, se hoje o esporte é reconhecido globalmente, então é porque publicações como essa documentaram cada queda, cada manobra e cada sonho rolado sobre quatro rodas.
 
								