
A Febre do Skate Reacende
O ano de 1988 começou em alta rotação, e a Revista YEAH! Skate, em sua edição nº 7, trouxe o grito de uma geração que não parava de evoluir. Lançada em janeiro e fevereiro de 1988, essa edição marcou o início do “Ano do Dragão”, como destacou o editor Paulo de Oliveira Brito, um símbolo de força e renascimento.
A capa da revista, simples e impactante, mostrava a ousadia do skate brasileiro com a chamada “Street Images 87”, além de matérias sobre Air, Austrália e Fernandinho. A foto de um skatista saltando sobre o fogo traduzia bem a mensagem que a YEAH! queria passar: o skate estava mais vivo do que nunca, cheio de energia, atitude e resistência.

Um Novo Momento Para o Skate
O editorial começa com a frase “A febre está de volta”, e com razão. Se o skate parecia adormecido, ele agora despertava com força total. O texto destacava que o número de empresas ligadas ao esporte crescia rapidamente, e isso, embora positivo, trazia riscos. Se o interesse fosse apenas comercial, então a essência do skate poderia se perder.
A YEAH! defendia uma imprensa especializada, feita “de skatista para skatista”, como uma forma de proteger a cultura do skate contra a massificação sem qualidade. O objetivo era informar e conscientizar, mantendo viva a linguagem e o espírito de quem realmente vive o esporte.
A Geração dos 90 e o Desafio da Autenticidade
No texto “Verão 88 – Geração 90”, Ricardo Wid Woods observava que a moda skate crescia de maneira impressionante. Cerca de 100 mil skates foram vendidos em apenas cinco meses, um sinal claro de que o esporte conquistava novas gerações. E se muitos empresários viam o skate apenas como tendência, a YEAH! reforçava que ele era muito mais do que isso.
O recado era direto: o skate não é modismo, é cultura, movimento e persistência. A revista convocava os novos skatistas a treinar, praticar e viver o skate o ano inteiro, de janeiro a dezembro.
Conteúdo que Reflete Atitude

O índice dessa edição é um verdadeiro retrato da diversidade e da cultura dos anos 80. Além das matérias especiais “Street Images 87”, “Air”, “Austrália” e “Fernandinho”, havia uma seção musical com nomes como The Doors, Inocentes e o especial Opinyeah!.
Também havia espaço para competições, como a USC – II Etapa, e matérias criativas sobre arte, comportamento e lifestyle. Se o skate era expressão, então a YEAH! era o espelho dessa liberdade.
O Legado da YEAH!
A edição nº 7 de 1988 mostrou que a YEAH! não era apenas uma revista, mas um manifesto em papel. Ela defendia o skate como forma de arte, identidade e resistência. E, se o mercado tentava transformá-lo em produto, a revista lembrava que o verdadeiro valor estava nas ruas, nas rampas e nas emoções de quem vivia o rolê.
Porque, afinal, o skate sempre foi sobre atitude, superação e liberdade.
E o grito da YEAH! continua ecoando: Skate é de skatista para skatista.